O princípio da autonomia: expresso na idéia de que o desenvolvimento de um projeto educativo que responda às especificidades locais, isto é, que tenha em conta as características da população de uma dada escola e do meio em que ela se situa, os recursos existentes (e também as suas limitações) e que mobilize esse conhecimento de forma a construir uma educação de qualidade — implica o exercício da autonomia escolar.
O princípio da participação local: expresso na crença de que o exercício, por parte dos professores, de um ensino gerador de aprendizagens mais significativas é facilitado se estes tiverem um papel ativo nesse currículo, isto é, se forem configuradores do currículo, e não meros consumidores deste.
O princípio da diversidade curricular: expresso no reconhecimento de que, numa escola que é composta de diferentes realidades, freqüentada por alunos diferentes entre si, e que deseja criar as mesmas condições de sucesso para todos esses alunos, é inadequado um currículo centralizado e igual para todo o território nacional.
O princípio da educação e da escola enquanto instituição educadora, e não apenas de instrução, ou seja, o reconhecimento de que a escola tem de criar condições para que cada aluno e aluna, ao mesmo tempo que adquire conhecimentos nos domínios das várias ciências, se forme do ponto de vista pessoal e social, se forme numa dimensão cívica e aprenda a “ser”, a “formar-se” e a “transformar-se”.
O princípio da articulação e da funcionalidade do currículo, ou seja, o reconhecimento de que existem vantagens para a formação dos alunos (e não apenas para a aquisição de uma informação) quando o currículo se desenvolve de uma forma integrada, numa relação estreita entre as diversas áreas do saber, e não numa lógica meramente monodisciplinar e desligada das situações reais. As aprendizagens têm de ser funcionais.
O princípio que reconhece a importância da organização curricular, isto é, que concebe que a forma como se organiza e se desenvolve o currículo é um dos fatores que está na base desigual do sucesso escolar dos alunos. De fato, quando selecionamos conteúdos não familiares a determinados alunos e quando recorremos a procedimentos de ensino afastados das suas experiências de vida, forçosamente estamos a colocá-los em situação de desvantagem e estamos a contribuir para que estes criem de si uma imagem negativa, pois aprenderão que a sua vida (e até a de seus familiares) e o que sabem não têm lugar nem valor na escola.
O princípio do não-isolacionismo da escola, ou seja, o reconhecimento da importância de a escola não se fechar numa ilha, mas, sim, de se abrir o mais possível ao meio, estabelecendo com ele relações. De fato, já há muito que vem sendo, por alguns, lembrado que a escola não é, nem pode ser, a única instituição que educa.




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